la isla minima

La Isla Mínima (2014) – Cinefiesta 2014

Um dos elementos mais marcantes de La Isla Mínima é a sua fotografia. Tendo já sido premiada (Prémio do Jurí San Sebastian 2014 – Melhor Fotografia) a sua qualidade salta logo à vista quando surgem as primeiras imagens do filme, planos aéreos capturados por drones, que não só fascinam com a sua composição mas também preparam o espetador para a atmosfera pantanosa e inóspita onde a ação se vai centrar. Ao longo do filme mantém-se presente este equilíbrio entre a beleza natural da região e a rudeza que a habita.

É impossível não ficar a salivar ao ver estas imagens na tela do cinema

É impossível não ficar a salivar ao ver estas imagens na tela do cinema

Este thriller espanhol segue os esforços de dois policiais espanhóis no Sul de Espanha em 1980. Juan (Javier Gutierrez) e Pedro (Raúl Arévalo) procuram descobrir o paradeiro das filhas desaparecidas de Rócio (Nerea Barros) e Rodrigo (Antonio de La Torre). Como é habitual nos filme deste género, os polícias possuem ideologias opostas, Juan ainda apoia o regime ditatorial de Franco enquanto que Pedro acredita numa nova Espanha mais livre. Este colidir de identidades é utilizado para ajudar na representação da mudança social e política que se sentia em Espanha em 1980.

 Realizado por Alberto Rodriguez, tem sido considerado um dos melhores filmes espanhóis do ano. Se não é o melhor de certeza que lá está perto. Este é munido de prestações sólidas por parte de todo o elenco, especialmente Javier Guitiérrez que apresenta a personagem mais complexa e interessante do filme, e um enredo, música e realização que nos prendem à cadeira tal como qualquer thriller o deve fazer. É também de realçar a identidade espanhola muito forte presente ao longo de toda a ação.

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Nerea Barros no papel de Rócio

Os personagens têm um aspeto muito real e apresentam-nos os costumes da época, algum comic relief maioritariamente derivado da alcoolémia, e uma forte crítica social que, tal como o suspense, está sempre à espreita.

Desta forma, os nuestros hermanos produziram um bom thriller com uma identidade espanhola muito acentuada. Do seu enredo pode-se retirar muito. Destaque especial para a fotografia… madre mia… a fotografia é guapísima. Quem o vir dificilmente se arrependerá.

 

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