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Insurgente (Insurgent, 2015)

Em Divergente, Tris Prior (Shailene Woodley) revelou-se perante todos como divergente e, juntamente com Quatro (Theo James) e alguns fugitivos, abandona o centro da cidade após o que parecia ser uma convincente vitória. Neste filme a narrativa é retomada sem se perder a noção da sequência dos acontecimentos, apresentando um grupo escondido que tenta planear a melhor forma de voltar à carga contra os que estão no poder.

O ponto alto do filme, tal como no anterior, é o futuro distópico construído pela autora e traduzido para o ecrã por Robert Schwentke e Neil Burger. A noção de uma sociedade dividida em grupos com missões distintas mas indispensáveis para o seu funcionamento é curiosamente interessante e deixa sempre vontade de ver mais acerca de cada um. Felizmente, em Insurgente é possível conhecer melhor algumas das fações subexploradas no filme anterior, assim como outros grupos de indivíduos que se proclamam como estando fora do sistema.

Dito isto, são 119 minutos a mais passados dentro do complexo muralhado que constitui o mundo destas personagens. No fim de Divergente ficou a pairar a questão do que se encontrava para lá do limite da cidade, no entanto foi preciso mais um filme inteiro para no fim se ficar novamente com a promessa que no próximo será possível ver um pouco mais do universo concebido por Veronica Roth. Este é o grande pecado de Convergente: é uma continuação demasiado previsível do filme anterior. Tudo o que acontece à volta da protagonista é adivinhado com 30 minutos de antecedência pelo espectador – claro que o filme não é de todo aborrecido, as cenas de ação de qualidade e o passo rápido com que a história se desenrola encarregam-se disso. Mas, como já foi sugerido anteriormente, havia mais potencial em juntar estes dois filmes num só do que em seguir a moda das trilogias adaptadas e dividir o terceiro livro em dois filmes – algo já decidido para o futuro desta franchise.

O grande problema desta obra é claramente Tris Prior. Talvez seja um problema do grande ecrã, talvez seja um problema de Shailene Woodley – que por sinal tem um desempenho fraquíssimo – ou talvez seja um problema da forma como a própria autora escreveu a personagem nos livros. O facto é que uma personagem que na teoria tem tudo para ser cativante se torna num cliché previsível que não contribui em nada para imergir o espectador na história. Mais dominante em frente à câmara, com mais twists que realmente surpreendem e, consequentemente, mais interessante é Tobias Eaton. Até o fim do filme é fácil de antever quase 1 hora antes, apesar de deixar no ar o suficiente para se ter vontade de ver a continuação.

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