Destaques do Mês
  • The Conjuring 2 – A Evocação
  • Sugestão para Domingo à Tarde #36: Out of Africa (Sydney Pollack, 1985)
  • A Rainha do Deserto (Queen of the Desert, 2015)
Data
25 August 2016
11034-99

O País das Maravilhas (Le Meravigle, 2014) – 8 ½ Festa do Cinema Italiano

Ganhou o prémio do júri no último festival de Cannes e inaugurou a Festa do Cinema Italiano em Lisboa, Alice Rohrwacher, a toscana de nome complicado, é cada vez mais um dos nomes emergentes do cinema europeu, que desbrava uma nova era no cinema Italiano.

Com a apresentação pelas palavras da própria realizadora, esta edição do certame não poderia ter começado da melhor forma, introduzindo a primeira e uma das mais aguardadas obras do festival, que atualmente poderemos ver em três salas de cinema em Lisboa, mas que este festival levará a outras partes do país.

Aqui a simpática realizadora.

Aqui a simpática realizadora.

A história é simples, e no entanto bastante complexa, tendo como pano de fundo, abelhas. O País das Maravilhas apresenta-nos uma família de apicultores carregada de idiossincrasias, que vê o concurso que dá nome ao filme (e cuja a apresentadora é Monica Bellucci) interessar-se por si, acabando-se por candidatar a um prémio que distingue negócios rurais (uma espécie de ovibeja diversificada).

Sobre o pretexto de comédia, vemos a adolescente Gelsomina (Maria Lungu), lutar um pouco pela sua liberdade, contra as amarras do pai e da vida rural. Um pouco como as abelhas, Gelsomina precisa de ser livre.

Esta dinâmica familiar é aqui analisada microscopicamente, com uma lupa infantilizada que põe a descoberto uma realidade que parece distante, mas com a qual nos conseguimos relacionar. Os sorrisos que escondem sofrimento, são aqui explorados sem qualquer pretensiosismos. É um riso estranho aquele que se gera na sala onde se vê esta obra, um riso que esconde apreensão.

É por isso interessante ver por onde o filme nos leva, mas acima de tudo, a forma como nos leva. O fim em si, não é o relevante, mas sim o caminho.

Esta luta pela liberdade, assume-se um pouco como a história do patinho feio, ou neste caso da abelha feia, em que Gelsomina quer ser cisne/abelha rainha, lugar que almeja para tirar a sua família das limitações da vida rural.

Esta vida precária acaba por ser o grande foco do filme, o desaparecimento progressivo da vida rural em itália e a luta por uma vida melhor e menos limitada. Se a premissa não é nova, a forma escolhida para contá-la é refrescante.

Um filme onde a visão mais madura vem das crianças, aquelas que são livres de pensamentos e destímidas inerentemente.

Mais que um grande filme, uma grande história.

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