Hunger Games: Mockingjay, Part 2 – a Estreia da Semana
Chegaram ao fim os Jogos da Fome, mas para quem está à espera de um banquete, o filme sabe a pouco.
Hunger Games: Mockingjay – Part 2 começa onde acabou a primeira parte: Panem está em guerra, os rebeldes querem tomar o Capitólio e acabar com Snow. Enquanto Peeta recupera e Katniss se debate com o seu coração dividido, os rebeldes organizam o seu exército em esquadrões e claro que o triângulo amoroso fica no mesmo, juntamente com outras personagens populares dos filmes anteriores, como Finnick Odair (Sam Claflin). São uma versão oficiosa dos 76ºs Jogos da Fome, vamos ver quem é que se aguenta.
O plot twist no momento final existe mas não é verdadeiramente surpreendente. A Jennifer Lawrence faz um bom papel mas, vá lá, é um filme distópico para adolescente, é daquelas funções com assimptota. Resolve-se o eterno dilema Gale (Liam Hemsworth) vs. Peeta (Josh Hutcherson) mas ao jeito da Pocahontas 2: vamos arruinar a imagem do John Smith para tornar menos mau ela ir com o outro John. Donald Sutherland interpreta o papel de Presidente Snow com a classe de sempre, mostrando que pode haver dignidade em qualquer papel; Juliane Moore não é Still Alice (2014) e o tom de “no fundo sou má” está excessivo. Este foi o último filme de Phillip Seymor-Hoffman e digamos que não honra o seu legado. A realização ficou a cabo de Francis Lawrence, que já tinha sido responsável pelos dois filmes anteriores da saga. Não é técnica que falta a Hunger Games, os efeitos especiais são bons, a fotografia é interessante, a banda sonora é elucidativa.
Em última análise, o filme não deslumbra mas não desilude. O conceito da saga pode ter sido inovador num mundo dos distópicos, mas quando se chega ao fim, é preciso mais do que conceito para ser refrescante. Pode não o ser, mas conclui bem estes 4 anos.
