Centurião (Centurion, 2010)
Centurião estreou esta quinta-feira, trazendo a história de um grupo de soldados romanos, que lutam pela sobrevivência contra uma tribo da Grã-Bretanha no século II. Escrito e realizado por Neil Marshall, apesar do filme ser de 2010, só agora é que chegou cá ao grande ecrã – isto depois de ter passado em 2010 pelo MotelX (festival de cinema de terror de Lisboa).
O plot gira à volta Quintus Dias, aqui interpretado por Michael Fassbender, que apesar de ser um bom ator, por vezes, não tem o melhor gosto no que toca à escolha dos guiões. Este foi um desses casos, já que não só ele, mas todos os outros membros envolvidos neste projeto, parecem terem sido completamente drenados de toda a capacidade de demonstrar qualquer tipo de emoção. Um excelente exemplo é a principal antagonista, Etain (Olga Kurylenko), que o máximo de personalidade que demonstra é a excessiva quantidade de eyeliner preto que usa. No fundo traduz-se numa incompetência por parte da direção deste filme, já que atores como Liam Cunningham (mais conhecido recentemente por interpretar Davos Seaworth na série Guerra dos Tronos, transmitida pelo canal SyFy em Portugal) é completamente desperdiçado.
Num aspeto mais técnico, esta obra apresenta muitos problemas. Talvez o primeiro que se note é o horrível sangue em formato CGI (porque ir ao supermercado comprar molho de tomate para fazer o efeito visual saia mais barato, e assim não podia ser), que é uma constante distração ao longo da película. Também a edição de um terço da história é bastante confusa, fazendo com que a audiência não compreenda o que se passa, ou quem é suposto ser o protagonista, dando a sensação de que o argumento é inexistente. Existe pouca fluidez na transição das cenas, o que deixa o público a pensar o que raio se passou dum acontecimento para outro. E o sempre forçado interesse amoroso que só é introduzido a mais de metade da história, sem lógica ou explicação.
Colherada Final
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Eyliner da Olga Kurylenko
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Qualidade da história
Veredito
Este filme é uma confusão, com óbvias falhas por parte de quem é suposto realizar. O que para um argumento que poderia ter criado uma história, não excelente, mas agradável para o comedor de pipocas em geral, torna-se numa guerra contra o aborrecimento. Porque o pior crime que esta película poderia cometer não era ser má, mas sim aborrecida, e foi isso que ela fez.