À Procura de uma Estrela (Burnt, 2015)
Nota Um: Nunca ir ao cinema com fome, quando a parte melhor do filme é o realismo culinário.
Nota Dois: Apesar dos desfiles de pratos gourmet, o novo filme com Bradley Cooper sabe a pouco.
Vamos por partes. Adam Jones (Bradley Cooper) era um chef brilhante com duas estrelas Michelin no currículo. Problema: snifava, injectava, fumava, bebia e… era viciado em sexo. Foi assim que destruiu a carreira promissora e os restaurantes por onde passou. Como auto-penitência, passou cinco anos a abrir ostras. Entretanto voltou, mudou a vida, e procurou a terceira estrela Michelin.
Receita: Junte um elenco de luxo (genial Daniel Bruhl, e excelente Sienna Miller à cabeça) e mexa bem, mas de forma igual e continua, para que tenha romance, e personagens secundários porreiros. Junte um anti-herói bonito (podia ser eu, mas é o Bradley Cooper) e adicione pimenta (Omar Sy).
Para cobertura, uma excelente e pormenorizada pesquisa sobre os meandros culinários, a que se junta uma bela fotografia, de deixar qualquer um esfomeado (mais uma vez, eu já ia com fome).
Voilá: uma estrela Michelin para os distraídos; um peixe cozido para os que procurarem mais do que divertimento domingueiro.
Depois o personagem de Cooper é atormentado, mas os dramas passados apenas são aprofundados pela rama, i. e., é um coitadinho, mas é melhor passar logo à telenovela, porque falar de adição de forma mais realista não vende tanto. Por fim, para culminar, obviamente um final igual a tantos outros.
Se mesmo assim vale a pena ir ver? Pelo elenco e pelas fotos da comida sim, pelo restante, nem por isso.
PS – Que trampa de tradução de titulo, que mais parece um concurso da TVI de caça talentos.