Sugestões para Domingo à Tarde #8 O Grande Gatsby (Great Gatsby, 2013, Baz Luhrman)
Estávamos em 1925 quando F. Scott Fitzerald escreveria uma das suas mais emblemáticas histórias e uma forte crítica ao consumismo americano no pós-guerra nos loucos anos 20, onde a exacerbação da vida descarrilou e se transformou numa das mais loucas eras do consumismo americano. A juntar a isso, tiraram-lhes o álcool! Com a lei seca, chega-nos uma verdade de La Palice: Nós queremos mais, aquilo que não podemos ter.
Resultado; nos anos 20, o sonho americano era sinónimo de contrabando e máfia que através de subornos, governavam um país.
E eis que nos chega a ficção de Great Gatsby, alguém que apesar de uma conduta e uma moral dúbia, nos enche de esperança.
Transpor tão belo livro para o cinema, não se avizinhava tarefa fácil, devido à sua profundidade de mensagem e crítica social. Coube a Baz Luhrman (Moulin Rouge, Romeu e Julieta e Austrália), esta nobre tarefa (falhada).
E agora perguntam: “Oh Spoon, se a tarefa foi falhada, porque raio apresentam o filme aqui”. Resposta: Meus amigos, a profundidade passou ao lado, mas a esperança está toda condensada, o que torna este Great Gatsby numa história de amor visualmente agradável, perfeita para uma tarde chuvosa (ou de meia estação) de domingo.
Com uma banda sonora típica de Luhrman (e por isso excelente), com a condução da história típica de Luhrman (e por isso sempre centrada na relação amorosa), e com Leonardo DiCaprio, tudo se compõe para quase duas horas de entretenimento.
Sim, o livro é muito mais denso que o filme. Sim, o filme é uma continuação do legado de Luhrman, que privilegia o melodrama, e não o contexto, mas isso não é necessariamente mau, nem desprestigiante para a obra de Fitzerald.
Por isso, vamos resumir porque é que ver este filme num domingo é bem melhor que a trampa dos canais de sinal aberto:
- não tem o Saul, nem animais da quinta
- não tem João Baião, Júlia Pinheiro, nem algo semelhante
- Leo + banda sonora + fotografia
Chega?
