Destaques do Mês
  • The Conjuring 2 – A Evocação
  • Sugestão para Domingo à Tarde #36: Out of Africa (Sydney Pollack, 1985)
  • A Rainha do Deserto (Queen of the Desert, 2015)
Data
24 August 2016
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Novas Séries: Narcos (Netflix, 2015 – )

É a série de que toda a gente fala. Narcos conta a história do famoso lorde da droga, Pablo Escobar, e tem feito as delícias de toda a gente.
A série é um original do Netflix e conta com a participação de Wagner Moura como Pablo Escobar e Pedro Pascal (lembram-se dele n’ A Guerra dos Tronos?)
A história está muito bem conseguida e passa-se nos anos 70, na Colômbia, sobre o olhar de Steve Murphy, da brigada anti-drogas (DEA), que sai dos EUA para lutar contra o narcotráfico. Mostra-nos a ascensão de Escobar no mundo das drogas, as mortes, o sangue e tudo por trás do homem que fez história na Colômbia e no Mundo.
A história de Escobar não é uma história fácil de contar. Como é que se conta uma história que já foi contada diversas vezes, de diversas formas pelos media? Como é que se transforma uma personagem icónica numa série e ainda assim ter tanta coisa nova para contar?

No entanto, a história está muito bem conseguida, de forma que consegue humanizar Escobar e, ainda assim, mostrar-nos o lado monstruoso de um homem que quer poder, dinheiro e guerra. Mas, mais do que isso, mostra-nos um homem que tanto tem de extraordinário como de terrível.

A grande novidade aqui é Wagner Moura que, para além de ter engordado cerca de 20 quilos para o papel, mudou-se para Medellín, cidade natal de Escobar, e teve de aprender espanhol e alguns tiques e manias de Escobar, para o tornar real. O papel de Moura é de salientar, ainda que o filho de Escobar, Sebastián Marroquín, discorde com a escolha do ator para representar o seu pai na série.

Comparações entre Wagner Moura e Benício del Toro (Escobar: Paradise Lost) poderiam ser feitas, mas não devem. Ambos os atores conseguiram retratar Pablo da melhor forma possível, mas Moura ganha pontos uma vez que tem mais oportunidades para nos familiarizar com a personagem, encontrando o balanço perfeito entre a humanização da mesma e o ódio que nos faz sentir.

Também o papel de Pascal como Javier Pena é muito intenso e muito bem conseguido, somando assim pontos positivos para a história. Até toda a violência que a série carrega, embora muito gráfica, nunca é gratuita, algo que é difícil de conseguir hoje em dia. Isto porque, além das imagens da série, somos prendados com imagens reais, de arquivo, de todas as mortes e massacres provocados pelo barão da droga.

Guiada pelo realizador e cinematógrafo José Padilha (Robocop, 2014), com uma equipa de realização incrível, composta por Andrés Baiz, Fernando Coimbra e Guillermo Navarro e criada por Carlo Bernard, Chris Brancato, Doug Miro e Paul Eckstein, Narcos é definitivamente uma das séries do ano.
Assim, foi obviamente renovada para uma segunda temporada, que promete ser ainda melhor do que a primeira.
É esperar para ver.