Chuck

Chuck (2007-2012)

Em Chuck, Josh Schwartz pega em tudo aquilo que tornou The O.C. num grande sucesso televisivo, como o uso inteligente de referências à cultura pop, a geeky comedy, e panos de fundo paradisíacos acompanhados de atrizes igualmente (senão mais) paradisíacas, e adiciona-lhes uma boa dose de acção e de espionagem.

A premissa é simples: Chuck Bartowski  (Zachary Levi) é catapultado para o perigoso e misterioso mundo da espionagem quando Bryce Larkin (Matt Bomer), o seu antigo colega universitário, que por acaso é agente da CIA (criando aquele momento desagradável em que nos apercebemos que o nosso colega de escola tem mais sucesso que nós), rouba o Intersect – uma compilação virtual de toda a informação dos órgãos de segurança dos Estados Unidos – e, em perigo de morte, o envia para a única pessoa que poderia confiar.

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Bye Bye Bryce?

Chuck ao abrir o mail, que achava ser de parabenização, encontra um vídeo hipnótico com milhões de segredos governamentais codificados que sofrem upload para o seu cérebro que deixa, assim, de ser um mísero empregado do Buy More.

O Intersect humano, com tantos segredos na cabeça, torna-se o asset mais valioso e perigoso do mundo. Para manter Chuck em segurança entram em plano os agentes de topo da CIA e da NSA Sarah Walker (Yvonne Strahovski) e John Casey (Adam Baldwin) respectivamente.

O protagonista apercebe-se num ápice que não tem como escapar; terá que seguir uma vida dupla, vendo-se forçado a esconder a sua nova identidade daqueles que ama para os proteger. Realização esta que origina um dos momentos mais emblemáticos da série.

Por cada episódio o nosso espião tem flashes (mais ou menos como os da Raven), ou seja, ao ver uma certa pessoa ao símbolo, o Intersect na sua cabeça dá sinais, que o levam a ajudar o governo a apanhar criminosos e a desactivar bombas (não tanto como os da Raven). Entre estes momentos de acção há sempre espaço para comédia de boa gargalhada e uma boa dose de lamechice – no fundo, Chuck é uma homenagem ao gajo cromo, apresentando uma realidade diferente da realidade (como qualquer boa série), mostrando que este também consegue a “gaja boa” e tem sucesso.

O totó que saca a gaja boa, dá-me esperança – Nuno Pereira

CHUCK Pictured: (l-r) Yvonne Strahovski as Sarah Walker, Zachary Levi as Chuck Bartowski

No More Mr. Nice Spy

Ao longo das cinco temporadas da série, Chuck é obrigado lidar com grandes vilões, com os seus problemas familiares e com o próprio coração.

A suportar esta tríade principal existe todo um extenso cast de fantásticas personagens secundárias como por exemplo Morgan (Joshua Gomez), o estranho mas (obviamente) adorável amigo de Chuck, toda a equipa do Buy More, a irmã de Chuck (Sarah Lancaster), e o seu fabuloso namorado Captain Awesome (Ryan McPartlin). A lista continua e todos eles vêm aumentar a dinâmica e abrangência temática da série.

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Nada mais sexy que um homem de uniforme

Algo que para mim nunca falhava em Chuck era a banda sonora. Sempre adequada e de qualidade veio inspirar vários fãs para criar playlists no youtube e confesso que algumas ainda rebolam pelo meu Ipod (product placement. Apple, your move).

Envolto num formato extremamente agradável, de estilo cómico no exterior, Chuck manteve as suas raízes como uma série de pseudo-drama. Chuck conhece o seu público-alvo e trabalhou com isso de maneira maravilhosa balanceando os aspectos que melhor se adequam, nunca desiludindo os fãs embora tenha alguns aspectos menos positivos (mais uma vez admito que eu – fazendo parte do público-alvo – me roía todo para saber se ia tudo correr bem, se iam acabar juntos e assim).

No fim do dia, depois de todos os mauzões derrotados, Chuck é sobre um homem banal que se apaixona, e é sobre aquilo que realmente desejamos quando largamos os nossos deveres e podemos realmente ser quem somos.

Após cinco temporadas de tensão romântica entre o par principal obrigaram à apresentação de uma conclusão de Chuck como uma combinação de dois episódios individuais que definiram as histórias que se desejavam contar. “Chuck Versus Sarah” e “Chuck Versus the Goodbye” estabelecem os dois capítulos finais da série, alavancando a profunda relação entre Chuck e Sarah para ajudar a conduzir o repouso da série.