NEW YORK, NY - JULY 16: Amy Schumer and Bill Hader are seen filming "Trainwreck" in East Village on July 16, 2014 in New York City. (Photo by Alessio Botticelli/GC Images)

Descarrilada (Trainwreck, 2015)

Judd Appatow é um realizador que não gera consensos; ora se adora, ora se odeia. A verdade é que desde Virgem aos 40, o paradigma do humor americano alterou-se, e muito por sua culpa.

Carregado de vernáculo, de politicamente incorreto, e de situações escabrosas, a comédia de Appatow é o que se poderia considerar de “inteligente até ao ponto em que consegue agradar as massas”. Este balanço difícil tem falhado recentemente e, desde Um Azar do Caraças (2007), que Appatow perdeu o fulgor.

Agora chega-nos Descarrilada, e com a obra surge Amy Schumer, a comediante americana que saltou para a ribalta com a série Inside Amy Schumer, e que pegou de estaca depois da sua apresentação nos últimos prémios MTV.

Amy, que protagoniza e escreve o guião, oferece-nos o que as personagens de Seth Rogen nos deram em filmes anteriores de Appatow: alguém real, fora dos padrões de beleza, e que todas as mães gostariam de enfiar um frasco de pimenta na boca, devido ao linguajar carregado de “f´s”.

Em Descarrilada, Amy interpreta uma trintona que foi moldada à figura do pai, um homem com uma doença terminal e um lema de vida: “A monogamia não faz sentido”. E assim Amy vai honrando o pai, cobrindo tudo o que se mexe. Entre eles, um John Cena como nunca se viu, e que nos fará ver o Wrestling de uma outra forma.

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Tudo muda, no entanto, quando Amy conhece Aaron (Bill Hader), um médico desportivo, que trata das grandes estrelas do desporto e que tem como melhor amigo… LeBron James. Depois, é o bla, bla, bla que já sabemos.

Não obstante a história linear, Appatow, à semelhança dos seus filmes anteriores, volta a conferir profundidade às personagens. Procura desenvolvê-las e dar-lhes realidade. Os próprios protagonistas são longe de ser os “sex-symbols” prototípicos da indústria. Amy Schumer não é anorética, não tem silicone, e não é sexy de forma convenciona. Felizmente é real, e consegue ser bonita a espaços e, se não fosse aquele queixo de Aaron Eckwart, eu diria que é bastante atraente.

Dêem-me uma Angelina Jolie e uma Nicole Kidman de feições congeladas, e eu troco-as imediatamente pela Amy e o seu vocabulário “badalhoco” – (bem, imediatamente é uma palavra forte).

Depois, a surpresa é Lebron James, que não sendo um ator, consegue proporcionar momentos genuínos de gargalhada, como side-kick e melhor amigo de Aaron, mostrando um lado que não conhecíamos.

Sim, o filme estende-se um pouco, em prol do desenvolvimento dos personagens, algo que Appatow nos foi habituando, mas apesar disso, Descarrilada estabelece-se como o regresso às grandes comédias “made by Appatow”. A não perder!

PS – A Brie Larson (faz de irmã mais nova de Amy) é linda (para o caso de ela pesquisar o nome no Google: Brie Larson is Beautiful)

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