Destaques do Mês
Data
9 December 2015
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Retro-Franchise: Fast & Furious (2001 – 2015)

Fast & Furious já deu aos espectadores sete filmes ao longo dos últimos 14 anos. Uma franchise maioritariamente guiada por Vin Diesel e Paul Walker, contém ainda assim várias personagens recorrentes, interpretadas por Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris e Dwayne Johnson. O caráter regular do elenco juntamente com a possibilidade de serem introduzidas novas personagens à dinâmica do grupo já conhecido mantém os fãs a reencontrarem-se com velhos conhecidos, mas sempre com um pequeno twist.

The Fast and the Furious (2001)

Começando pelo início: The Fast and the Furious (2001). O primeiro filme foca-se fortemente em Brian O’Connor (Paul Walker) e Dominic Toretto (Vin Diesel) e na introdução ao mundo das corridas de rua e ao crime associado. A história é previsível, assim como o final, no entanto são 106 minutos de entretenimento que aguentam de forma aceitável o teste do tempo. Há alguns pontos negativos a apontar, como o facto de se ouvir mais os motores dos carros do que as vozes dos atores, haver uma forte tendência para o irrealista (acabando por definir o tom e o exagero das sequelas), os efeitos especiais típicos da altura e alguma inexperiência dos atores, especialmente Michelle Rodriguez que tem um caso severo de overacting, soando sempre exageradamente volátil.

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2 Fast 2 Furious (2003)

Dois anos depois surge um segundo filme: 2 Fast 2 Furious. Para o papel principal vão buscar novamente Paul Walker na pele de Brian O’Connor e como companheiro de viagem introduzem Tyrese Gibson como Roman Pierce, um amigo de infância. O enredo segue uma nova colaboração entre O’Connor e o FBI, após a sua separação não tão amigável no final do primeiro filme. Novamente infiltrado, desta vez junto de um barão da droga (Cole Hauser), os pontos do filme são os expectáveis: a comédia a cargo de Roman, o interesse amoroso por outra agente infiltrada e os tiroteios que acabam sempre por acontecer junto a criminosos com personalidades no expectro da sociopatia. Mantém-se a questão dos motores dos carros se sobreporem magicamente a tudo o resto e uns dolorosos zoom ins em pedais e engatar de mudanças. Paul Walker tem momentos de desempenho de qualidade altíssima e outros em que cai num registo exagerado, demonstrando assim o seu potencial, mas deixando algumas reservas.

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The Fast and the Furious: Tokyo Drift (2006)

O terceiro filme – The Fast and the Furious: Tokyo Drift (2006) – oferece uma agradável mudança de contexto. Deixando para trás tudo aquilo que já é conhecido, transporta a ação para Tóquio e o protagonismo para uma nova personagem: Sean Boswell (Lucas Black) e o seu tutor Han (Sung Kang). O conceito é simples: as corridas são drifts em que o que conta é a habilidade de contornar obstáculos e curvas apertadas à máxima velocidade possível. Há os típicos confrontos entre o protagonista e o atual “líder” do gang, causados por interesses de ordem romântica e a comum história de treino até o herói novato derrotar o vilão estabelecido. A ideia de um novo setting, um novo tipo de ação nos drifts e um novo elenco é entusiasmante e há que respeitar quem decidiu apostar num filme com tantos elementos novos. O que não significa que tenha sido realmente bem executado – não foi. O resultado final acabou por ser apenas ligeiramente acima do medíocre. Para qualquer não apaixonado por carros e carroçarias há demasiado tempo apenas a ver carros – veem-se mais carros que pessoas e nem sequer o tempo em que se vêm pessoas dentro de carros compensa. No entanto há bons desempenhos dos atores, o que mantém qualquer pessoa em frente ao ecrã para ver o desenrolar do conflito. Para recompensar todos os que tiveram fé no filme, há, felizmente, uma cena final inesperada e muito interessante que acaba por fazer a ligação deste filme a um no futuro da franchise.

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Fast & Furious (2009)

Em 2009 surge a ligação à história de The Fast and the Furious de 2001. Fast & Furious começa com Dominic e a sua equipa (que inclui Han de Tokyo Drift) a fazerem um dos seus roubos a alta velocidade, estabelecendo rapidamente a ligação com Han e com o final do filme anterior. Toretto acaba por se afastar da equipa na tentativa de não chamar a atenção das forças policiais, mas acaba por ser forçado a voltar aos EUA quando recebe um telefonema de Mia a dar-lhe a notícia da morte de Letty (Michelle Rodriguez), a sua namorada e parceira no crime desde infância. Com a ideia de vingança fixa em mente inicia-se um reencontro com Brian O’Connor, atualmente a trabalhar para o FBI e uma cruzada que passa por se infiltrarem no grupo de um importador de heroína e descobrir a o que aconteceu a Letty.

Este filme é um bom regresso à fórmula do primeiro, mas por isso mesmo acaba por ser algo repetido: Brian no lado da lei a aliar-se a Toretto, uma missão em que têm de se infiltrar e, como é óbvio, carros, muitos carros. Apesar de tudo o enredo começa a tornar-se menos simplista, sendo possível ver alguma ambição no que se pretende fazer em termos de produção e história e há uma clara melhoria da fotografia do filme em comparação com todos os anteriores.

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Fast Five (2011)

Dois anos mais tarde surge Fast Five, uma continuação direta do filme anterior, sendo a primeira cena o seguimento direto da última do filme anterior, o que dá um bom toque de continuidade aos fãs que seguem a franchise. Um dos pontos que mais distingue esta sequela de todas as outras é o cenário: Rio de Janeiro, que funciona lindamente como um fator divergente e cheio de oportunidades para cenas de ação perfeitamente concebidas. Também é particularmente satisfatório ver todo o grupo de novo reunido, é um daqueles momentos que realmente recompensa quem viu todos os filmes até aqui. Nesse departamento há que apontar que Han (Sung Kang) é uma personagem extremamente carismática e que é preciso ver mais dele.

Dois atores que se estreiam neste mundo e não podiam deixar de ser referidos: Joaquim de Almeida como Reyes, o barão da droga com quem o grupo se acaba por envolver de forma pouco amigável, e Dwayne Johnson como Agente Hobbs, responsável por uma equipa que tem como missão capturar o grupo de Toretto a todo o custo. Uma das cenas mais cativantes foi a luta entre Vin Diesel e The Rock que, para além de muito bem concebida, é o tipo de coisa que qualquer fã se questiona: “Como seria um combate entre estes dois pesos pesados?”. Pois bem, a resposta está neste filme e não desilude nem um bocadinho.

O final do filme é particularmente rico em humor e podia ser mesmo o final da franchise, seria adequado e satisfatório. No entanto…

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Furious 6 (2013)

Saltamos para 2014 e temos o sexto filme da franchise: Furious 6. Este filme continua a tradição de ter a cena de abertura a ligar-se diretamente à última cena do filme anterior, desta vez com um pequeno twist inesperado. O filme volta a  acompanhar a equipa do costume, desta vez com Hobbs também a entrar logo como um aliado e no geral uma personagem bastante bem conseguida para a dinâmica do filme, justificando também o alargar das problemáticas e dificuldades com se deparam – desde corridas de rua, a assaltos, a barões da droga e agora um grupo de mercenários – uma vez que tem mais contactos e acesso a missões realmente desafiantes.

[SPOILERS] O ponto mais chocante do filme é o facto de afinal Letty estar viva… Isso mesmo. Tendo em conta o tempo que já passou desde a “morte” da personagem acaba por ser surpreendente para o espectador esta reviravolta, no entanto era mesmo necessária? Não deixa de soar como algo que é recorrente, este ressuscitar de personagens principais como forma de renovar conflitos e relações, é fácil começar a perder respeito por uma produção que toma estas opções. Dito isto, a verdade é que este é um exemplo de uma ideia medíocre com uma execução excelente. A forma como foi explorada a situação e a história de Toretto e Letty enquanto casal foi perfeitamente adequado aos problemas que surgem quando descobrimos que Letty está viva e amnésica. Essas cenas vão diretamente ao cerne da relação destas duas personagens e promovem um dos melhores desempenhos de ambos em toda a série de filmes.

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Furious Seven (2015)

Por fim surge Furious Seven na primeira metade deste ano. Com o choque da morte trágica de Paul Walker, o filme acabou por ser adiado e alterado para ter em conta a nova conjetura. Adicionalmente é o filme mais ambicioso de toda a franchise, com ação em vários pontos do mundo e com cenas absolutamente loucas à mistura. São vários os problemas com que a equipa tem de lidar: por um lado o irmão de um antigo oponente está desejoso de vingança pelo que fizeram ao irmão e pretende matar todos os membros do grupo um por um. Simultaneamente o governo recruta Toretto & Companhia para uma missão secreta em que têm de recuperar um programa fundamental para a segurança mundial mas que também pode ser a ferramenta que necessitam para derrotar Shaw (Jason Statham).

Acaba por ser um filme que vale a pena ver pelas cenas de ação que não param de aumentar em escala – desde carros a voar de arranha-céus até à completa destruição de edifícios e estradas. Continua a oferecer a fórmula de anteriormente mas mais e em maiores dimensões, com o extra de servir de elogio a Paul Walker e ao seu trabalho com esta equipa ao longo dos anos. O final concebido como forma de despedida é particularmente intenso e nostálgico, em que é possível ver também os sentimentos dos atores que durante tanto tempo colaboraram com Walker.

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Fast & Furious é uma série que brilha pela ação e pelas personagens cativantes que apresenta ao espectador na maior parte dos seus filmes. Não há realmente nenhum filme que seja um flop, mas nem todos estão ao mais alto nível. Furious Seven é provavelmente o melhor até ao momento pelo excelente trabalho do realizador James Wan.