Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: The Force Awakens, 2015)
Finalmente! 10 anos depois do ep. III – A Vingança dos Sith, eis que voltamos a trautear a música de John Williams (vénia!) que dá mote à saga: “Tan tan tantantantantan tantantantanta tantantantan” (eu sei que estão a cantar comigo).
Agora, 30 anos passados dentro da estória e depois de combatermos juntos os Siths e o Império (por ordem de episódios), eis que conhecemos os pérfidos senhores da Primeira Ordem. É assim que para o episódio VII e sobre a premissa de encontrar Luke Skywalker (Mark Hamill), damos por nós no meio da batalha entre a Resistência e a Primeira Ordem. No entanto o destaque não são os resistentes, mas sim os outsiders: Finn (John Boyega) – um ex stormtrooper desertor que decide ser bonzinho – e Rey (Daisy Ridley) – a filha de um sucateiro, que inadvertidamente acaba por ser atraída pela luta contra o lado negro da força.
E sim, Han Solo e Chewbacca são inteligentemente orquestrados por J. J. Abrams para serem personagens algo centrais, a um nível que, no momento em que surge a Millenium Falcon, se sente um acumular de apertar de pernas por parte dos Nerds presentes em sala, o que apenas exclui 1 % da audiência – a namorada do tipo nerd que foi obrigada a ir ver o filme.
Após pôr de lado este festim nostálgico, fica tudo o resto, e que resto!
Colando-se inteligentemente ao ep. IV (o primeiro a sair da saga em 1977), O Despertar da Força não quer inovar, mas apenas agrupar tudo aquilo que faz de Star Wars, Star Wars: o ambiente, a história, a música, o carisma dos personagens (esta Daisy Ridley irá dar que falar), e o Chewbacca.
Depois vem o cunho Disney, em que se nota a inversão do estilo de antagonistas em relação aos filmes predecessores. Para este ep. tínhamos Kylo Ren (Adam Driver), um personagem muito parecido com Anakin Skywalker, que reúne dentro dele todas as dúvidas existenciais de um vilão a passar por uma crise etária típica da adolescência, um pouco como se a Hannah Montana tivesse um sabre de luz.
Dito isto, e sem nos queremos alongar muito nesta fase, a verdade é que não é um filme tão genial quanto o que está ser passado. No entanto, não é tudo Hype, a enxurrada de nostalgia, coadjuvada pela mestria do “filho” não biológico de George Lucas com Spielberg – J J Abrams -, tornam este Star Wars um filme muito inteligente na maneira como se vende e posiciona. Não tem a força da trilogia mais antiga, mas não comete os erros da trilogia mais recente e, acima de tudo, deixa antever um episódio VIII muito interessante.
Na retrospectiva de quem vos escreve, e fazendo um esforço sobre-humano para ser imparcial nesta fase em que o filme foi lançado, falta apenas acrescentar que: “Porra quando surgiu a música introdutória e a música dos créditos só faltou chorar de comoção”.
Felizmente a força está do lado de Abrams, os fãs e a gerência agradecem.
May the force be with you (frase inteligentemente usada neste filme, sem cair no erro da repetição).
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Jorge Barreto
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