TOP 10 Spoon – Os maiores Flops de 2015
Porque o ano não é feito só de coisas boas. As pessoas apanham gripes, acidentes de autocarro, atrasos no comboio e filmes maus…tão maus, que o spoon não poderia deixar de destacar.
Fiquem com o top do melhor que se fez no cinema este ano, só que ao contrário.
Atenção: A lista que se segue não tem ordem hierárquica, pois são todos péssimos. Seria como escolher entre Sífilis e Hepatite C.
Pan
A tarefa de tornar um filme acerca do Peter Pan aborrecido parece ser quase impossível. Mas há que dar crédito a quem o faz por merecer e este filme merece todo o crédito. A história de Pan é icónica, já tem um legado intemporal, e aqui há a tentativa de acrescentar material a esse legado, no entanto o resultado é horrível. Demasiados pseudo-twists e poucas motivações das personagens apresentadas de uma forma que realmente interesse. No geral há desempenhos que valem a pena (Jackman) mas o enredo deixa demasiado a desejar.
Paranormal Activity – The Ghost Dimension
Mais uma sequela de Paranormal Activity. O primeiro filme, em 2007 foi uma lufada de ar fresco para o género. Depois disso cada sequela foi um pouco pior. O culminar deste processo chegou aos ecrãs este ano, num exercício de realização em que se falha em acertar em qualquer dos pontos-chave que definiram o sucesso inicial desta franchise. Felizmente foi anunciado como o último Paranormal Activity. Amen.
Fifty Shades of Grey
Para quem leu o artigo do spoon (aqui) já desconfiava que esta obra entraria para o Top. Fruto de um livro de qualidade dúbia, mas que funcionou comercialmente, nasceu um filme de qualidade que não deixa dúvida: é trampa.
O tipo de bate na tipa e ela gosta, mas que em termos de eróticos, é tão excitante como ver um empreiteiro de Abrantes a martelar em contraplacado. Salva-se a banda sonora…
Fantastic Four
O Quarteto Fantástico falhou de uma forma simultaneamente expectável e surpreendente. De tudo o que se sabia antes da estreia do filme já se tornava previsível que não fosse resultar muito bem. No entanto estamos a falar dos estúdios FOX que têm acertado excecionalmente bem na outra propriedade Marvel que têm desenvolvido, os X-Men. Tal como foi possível iniciar um novo capítulo com X-Men: First Class, também este filme tinha esse potencial. Ficou-se apenas pelo potencial: numa tentativa de ser negro e intimidante Fantastic Four acabou por alienar qualquer fã dos personagens.
Sinister 2
Mais um caso de sequelas mal conseguidas. Sinister foi um filme que conseguia entrar na mente da audiência de forma subtil, conseguindo utilizar pequenos aspetos e pormenores de uma forma inteligente. Em Sinister 2 o óbvio reina ao longo de todo o filme, não há mistério, os desempenhos são fraquíssimos e não há qualquer lógica na forma como as personagens são escritas. E é aborrecido. Um filme de terror aborrecido.
Taken III
Ok, já sabemos que o Liam Neeson é fixe, e que consegue desancar qualquer máfia, no entanto, chegando ao terceiro capítulo, pouco ou nada há que acrescentar. Cada vez há menos membros do seu agregado familiar para raptar, e as alterações de narrativa introduzidas, apenas servem para…nada…servem para coisa nenhuma. Assim, Taken III é uma desculpa patética para fazer dinheiro, e para aumentar a artrite reumatóide do sexagenário Neeson.
Vingadores- Era de Ultron
Não merece estar na lista dos piores, mas por tamanha desilusão que causou, merece ser considerado um flop. Joss Whedon, um realizador normalmente inspirado, conseguiu criar um segundo capítulo da saga sensaborão e com uma história redundante: piadas do Iron Man, o Hulk faz umas coisas, a história é quadrada. Enfim, tudo passaria por entre as gotas da chuva, se não fosse um filme com um investimento astronómico, e com nerds salivantes por todo o mundo.
Perseguição Escaldante
Sim, o decote da Sofia Vergara é uma personagem por si só. Infelizmente isso não chega para fazer um filme (a não ser que fosse erótico-badalhoco). Só é pena ver desperdiçado o talento da Reese Witherspoon, que gosta de intercalar entre grandes filmes (Livre, 2014), e banalidades que de cómico têm pouco. Aliás, o mais irónico é verificar que o mais difícil nesta comédia é encontrar motivos para rir.
Leão da Estrela
Não poderia deixar de faltar a nova onda de remakes do cinema Português, se Pátio das Cantigas escapou por um tris, e teve o chamado benefício da dúvida, este Leão da Estrela não! Um telefilme transvestido de cinema, que procurou “homenagear” uma obra que, diga-se em abono da verdade, no original primava pela simplicidade e qualidade dos actores. Aqui a simplicidade confunde-se com banalidade, e qualidade com clichés e frivolidade. Tudo é demasiado mau para ser verdade. E o público deu sinal disso, pois esta segunda obra da trilogia de Leonel Vieira, teve substancialmente menos público (ainda assim teve demais).
Minimos
“It´s all about Money” Este filme faz-nos repensar um pouco sobre qual a razão que nos leva a gostar tanto de cinema. Isto já não é arte, é outra coisa. Não vale a pena comentar um filme, que na sua essência não é mais do que transformar personagens secundárias numa máquina registadora. Se eu me ri em algumas partes? Sim, mas não foi mais do que estender e transformar cinema, num episódio alargado de uma aventura destes abomináveis e fofinhos seres.
Menção (des)honrosa: Todos os filmes do Adam Sandler estreados este ano, com a capacidade de sugar qualidade a qualquer realizador, e de dar vontade de comer os próprios olhos e de oferecer os ouvidos a qualquer gado suíno.