Destaques do Mês
  • The Conjuring 2 – A Evocação
  • Sugestão para Domingo à Tarde #36: Out of Africa (Sydney Pollack, 1985)
  • A Rainha do Deserto (Queen of the Desert, 2015)
Data
23 August 2016
(FSR:AA)

Mortdecai (2014)

O handlebar (o bigode que por estes dias se vê estampado no rosto de Johnny Depp, um pouco por toda a cidade de Lisboa) é um bigode díficil de ostentar. Requer classe, uma certa postura, ousadia e carisma. Caso contrário corre o risco de parecer arrepiante ou – pior! – ridículo.

O mesmo com Mortdecai. A personagem criada nos livros de Kyril Bonfiglioli (estes sim, valem uma espreitadela), requer uma sagacidade e charme que o realizador David Koep não conseguiu alcançar. O resultado, além de mais uma completa desilusão da parte de Johnny Depp, é uma coisa que nem “aproximação de comédia” se pode chamar.

Charlie Mortdecai é um tratante de arte jovial e cortês, um dandy apatetado que, com a fraca competência que tem, consegue a proeza de fazer da burla profissão. Tem uma mulher contrastantemente perspicaz e inteligente (o cérebro) e um criado pessoal/guarda-costas leal ao ponto de levar mútiplos tiros pelo patrão (o músculo). Por algum motivo que transcende o senso comum, o MI5 decide recorrer aos serviços de Mortdecai para resgatar uma pintura, um Goya raríssimo, que se acredita ter sido roubado para patrocinar uma rede terrorista. Pelo meio surgem uns russos obcecados com tortura testicular, uma herdeira americana ninfomaníaca, uns quantos magnatas excêntricos e um herói de guerra caquético.

Contado assim até parece um filme interessante – mas não se deixem enganar! Além da rigidez e falta de entusiasmo do elenco, comédia básica, pobre e infantil, e uma história exageradamente complicada, o que realmente falta em Mortdecai é uma razão de ser. A sério: porquê?! Porquê Johnny Depp? Porquê Ewan McGregor? Porquê Olivia Munn? Porquê Gwyneth Paltrow? Porquê David Koepp? O que vos levou a crer que este filme fazia falta?

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