Destaques do Mês
  • The Conjuring 2 – A Evocação
  • Sugestão para Domingo à Tarde #36: Out of Africa (Sydney Pollack, 1985)
  • A Rainha do Deserto (Queen of the Desert, 2015)
Data
24 August 2016
into-woods-witch-baker

Into the The Woods (2014)

O ano 2015 vai começar com a estreia de Into the The Woods, um musical criado pelo veterano da Broadway Stephen Sondheim e transportado para o cinema por Rob Marshall – realizador de Chicago.

James Corden e Emily Blunt são um casal de padeiros que não consegue ter filhos, por causa de um feitiço lançado por uma bruxa (Meryl Streep). Em troca de lhes quebrar a maldição, esta encarrega-os de irem à floresta encontrar uma série de objetos. Lá, cruzam-se com várias personagens dos famosos contos dos Irmãos Grimm: Capuchinho Vermelho (Lilla Crawford), João e o Pé de Feijão (Daniel Huttlestone), Cinderela (Anna Kendrick) e Rapunzel (Mackenzie Mauzy).

A esta lista interminável de atores acrescenta-se os nomes de Chris Pine como príncipe, Christine Baranski como madrasta e Johnny Depp como lobo mau, compondo assim um ensemble tremendo que cumpre todas as espectativas. Os desempenhos são irrepreensíveis, conseguindo a leveza necessária para um filme de género, e não desiludindo vocalmente. Apesar de já não existirem novas formas de a elogiar, é sempre obrigatório mencionar Meryl Streep, que mais uma vez eleva o seu papel.

Marshall também não desaponta: o filme é de uma riqueza visual impressionante. Esta ainda é melhorada quando combinada com a opulência da música de Sondheim que, apesar de não ser feita para se cantarolar no carro, leva o espectador a acompanhar as melodias com o bater do pé.

A verdade é que a qualidade dos atores, da realização e da música já eram espectáveis, considerando as personalidades envolvidas no filme. A surpresa será o quão divertido este é, dando a histórias tão conhecidas uma roupagem fresca, original e moderna. O mérito deve-se parcialmente aos atores, sendo o grande destaque Chris Pine, que assume o absurdo do seu papel como príncipe  de forma perfeita.

Infelizmente, a adição de todos estes ingredientes não garantiu o êxito na execução que o seu potencial prometia. A transição de uma peça de mais de três horas para um filme de duas levou a uns cortes que quebraram a forma como o musical foi construído. O original é dividido em dois atos: o primeiro culmina com o previsível final feliz, o segundo aborda o que vem depois desse final, explorando o significado de se conseguir o que se deseja. No filme esta segunda parte é reduzida, tornando-se apenas um terço do filme. Esta desproporção leva a que as duas primeiras partes sejam enternecedoras e levem a gargalhadas na sala de cinema, deixando-nos com uma parte final atabalhoada e a pedir uma melhor concretização.

 No seu todo, é um filme interessante e divertido, que reapresenta-nos a histórias que conhecemos desde sempre de forma original e surpreendente.

RELACIONADOS

ARTIGOS POPULARES