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Data
25 August 2016
the hobbit

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Tudo começou com Uma Viagem Inesperada  que supostamente traria Bilbo Baggins de volta rapidamente. Mas uma decisão criativa – ou financeira – foi tomada para que a expedição ainda o levasse À Desolação de Smaug , e, finalmente, a este momento:  A Batalha dos Cinco Exércitos.

“So began a battle that none had expected; and it was called The Battle of the Five Armies, and it was very terrible.” -J.R.R. Tolkien

Um esforço monumental por parte do co-guionista e realizador Peter Jackson, de trazer o  retorno inesperado à Terra-Média para terminar o que começou há cerca de 16 anos atrás. Este último filme, que pode muito bem ter sido o seu maior desafio até agora, é obrigado ao sucesso em três frentes distintas – como o final de uma trilogia, como o tecido conjuntivo para outra, e como um bom filme isolado. No mínimo, bastante ambicioso!

The Battle of The Five Armies abre o seu jogo de uma forma espetacular. Lake Town em chamas e Smaug (com a voz de  Benedict Cumberbatch) a causar o pânico aos sobreviventes.  A brilhante personagem de Stephen Fry foge com medo, enquanto Bard (Luke Evans) entra na entra  numa tentativa desesperada para salvar o seu povo.

Uma surpreendente abertura de filme, que, no entanto, se parece mais com a épica conclusão do fascículo anterior, que confere um certo desequilíbrio desde o início.

Depois dos dez minutos iniciais as coisas acalmam e passamos ao desenvolvimento do romance entre Kili (Aidan Turner) e Tauriel (Evangeline Lilly) e a tomada de posse de Bard como grande chefe da aldeia.

Ainda há pontas soltas do filme anterior, entre elas, e provavelmente a mais interessante, a situação de Gandalf; preso por Sauron na fortaleza em ruínas de Dol Guldur, que é uma oportunidade de vislumbrar a extensão aterrorizante do poder de Galadriel.

Contudo, “cadê” Bilbo Baggins, o Hobbit no coração desta viagem? Embora desempenhe um papel fundamental no terço final do livro – cometendo um ato incrivelmente corajoso de desafio – não tem grande destaque na adaptação cinematográfica. Em vez disso, The Battle of The Five Armies é a história de Thorin Oaken Shield, a recuperação do ouro dos seus antepassados, a sua nova patologia – Dragon Sickness – e, como o nome indica, muita, muita batalha.

A guerra está para começar. E vale a pena a espera! Um conflito em grande escala pela Lonely Mountain que Jackson tão meticulosamente engendrou: para ele não há planos rápidos e indutores de dores de cabeça. Define cuidadosamente a geografia do campo de batalha, e então, orienta-nos através dele. O filme é uma grande batalha, tudo o que o filme prometia.

O problema vem quando tudo fica demasiado CGI, com o filme, às vezes, parecendo um bocado a mais animação. Por exemplo,  Orlando Bloom (o grande Legolas) é sobreanimado durante as suas cenas de luta, enquanto que os Orcs Azog e Bolg, totalmente gerados por computador, raramente convencem (o que se torna um problema uma vez que são os principais antagonistas do filme).

A luta é implacável e dura uma eternidade, o que acaba por quase fadigar mais o público que os exércitos. No entanto, sem preocupação, Peter Jackson sabe o que fazer nestas situações – o culminar da guerra não se centra nos exércitos, mas sim na amizade, lealdade e nos laços que se formaram entre anões e um hobbit ao longo desta viagem.

Enquanto filme isolado, The Battle of The Five Armies tem o seu quinhão de deficiências no entanto, mais conspicuamente o facto de que a sequência mais impressionante do filme é a de abertura, com Smaug a lançar a sua sombra considerável sobre o resto do processo.

Como sempre, Martin Freeman oferece uma masterclass sobre atuação como Bilbo, com um timming perfeito, e conjungando em perfeição seriedade e comédia. Realmente merecia mais tempo de antena. Mais uma vez Richard Armitage é uma presença poderosa, cumprindo, com vigor a jornada de Thorin culminando num momento verdadeiramente comovente.

A banda sonora é também uma das grandes qualidades de qualquer filme da saga.

Uma obra de Tolkien que atinge uma grande ansiedade universal: Seria eu capaz de sair da minha zona de conforto? Teria eu a coragem? Ou não resistiria?

“Of course!” said Gandalf. … “You are a very fine person, Mr. Baggins, and I am very fond of you; but you are only quite a little fellow in a wide world after all!”

Com estas palavras, acaba o romance escrito entre 1930 e 1932, que, publicado 5 anos depois, veio introudizr ao undo a Térra-Média e os seus anões, elfos e os Hobbits do Shire.

Um dos grandes filmes da temporada, quem em 5 dias obteve a estrondosa quantidade de 100 milhões de dólares.

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