Invencível (Unbroken, 2014)
Invencível conta a história de um homem que se recusou a ficar estendido no chão cada vez que o mandaram abaixo.
Louis Zamperini era um jovem problemático, rebelde, sem vontade de atingir nada na vida, sem inspiração, perdido. Com algumas palavras-chave do seu irmão mais velho nasce uma pequena chama de vontade de provar que, afinal, também ele tem valor. Afinal também ele nasceu para vencer. É esta lição que define o homem, a personagem e o filme. Os cenários vão mudando – de pistas de atletismo para aviões de combate, campos de prisioneiros de guerra – no entanto a força de vontade inquebrável de Louis mantém-se incólume, colocando-o tantas vezes em perigo, como lhe salva a vida.
Apesar da mensagem forte e emocionante deste filme, a verdade é que são diversas as vezes em que o passo da narrativa diminui, fazendo questão de tentar chegar ao espectador através da exploração de cada momento como se este fosse o último de toda a obra e da vida da personagem. Estas extensões de cada desenvolvimento são por vezes cansativas e indutoras de uma sensação de que o filme se está a arrastar mais do que devia – uma sensação muito provavelmente ligada ao facto de as audiências desejarem estímulos constantes. No entanto acaba por criar uma certa expectativa, é esse o poder desta personagem: é cativante e inspiradora, Zamperini é apresentado como o tipo de homem que qualquer pessoa seguiria, independentemente do destino.
O centro do palco é sempre dominado por Jack O’Connel no papel principal, sendo que as personagens secundárias são absurdamente ignoradas a maior parte do tempo. Torna-se praticamente impossível sentir qualquer tipo de ligação com qualquer outra personagem sem ser Louis, o que faz sentido sendo a sua história, mas nota-se que alguns pontos interessantes ficaram por explorar e nalguns casos até houve figuras com um papel preponderante numa certa parte da história das quais nunca mais se sabe nada.