As 5 Razões que tornam 50 Shades of Grey um filme tão sensual quanto a gonorreia
“I’m 50 shades of fucked up” – diz o gajo do chicote.
Pois bem, esta frase que o Sr. Grey profere durante o filme, poderia bem ser a sinopse do mesmo.
Por incrível que possa parecer, devido ao timing do texto – o filme já estreou há algum tempo –, torna-se complicado escrever um artigo que contenha piadas que já não tenham sido feitas. Difícil é ser original quando já um pouco de tudo foi dito.
Obviamente o filme não poderia ser bom, pois – e que me perdoem as donas de casa e jovens que viveram intensamente as façanhas sado-maso das personagens – é baseado num livro de qualidade duvidosa.
Vamos agora fazer um exercício: vamos esquecer o livro de onde foi baseada a obra – eu confesso que não o li – e foquemo-nos no filme.
Eis as 5 razões que me levam a dizer 50 Shades of Grey é tão excitante quanto uma doença venérea, ou uma dor de dentes, ou ambas em simultâneo:
5 – A química entre os protagonistas, Mr. Grey (Jamie Dornan) e Anastacia (Dakota Johnson) está ao nível de uma possível odisseia sexual entre Cláudio Ramos e Ellen Degeneres. Depois de ver as cenas de pseudo-sexo, surge a questão: Qual é o antónimo de Erecção? Aguardo respostas, mas adianto que qualquer sinal desse fenómeno biológico, é pura ficção.
4 – A dupla de atores tirou o curso de representação no colégio da barra.
A cada frase proferida, sente-se a questão que paira dentro da cabeça dos atores e que não os deixa representar: “porque raio aceitei fazer isto?”. No fundo, mais valia fazerem teatro e comprarem um T3 em odivelas, do que fazer isto para comprar uma casa em Beverly Hills.
3 – Os diálogos são óptimos… se isto fosse uma comédia. Infelizmente o propósito do filme não é fazer rir. No entanto, cada frase parece poesia só ao nível de artistas como Batatinha, ou Companhia, ou aquele palhaço que toca música com um serrote (provavelmente um dos apetrechos que Mr. Grey terá em casa). O que torna os diálogos engraçados é a aleatoriedade com que surgem, e o nível de cliché que comportam.
2 – O quarto de “brincar” do Mr. Grey parece um anúncio ao material de cozinha da Ideia Casa, só falta a Bimbi.
1 – A história é parva: O tipo é um homem de negócios muito ocupado, mas nunca o vemos a trabalhar. Ela é uma rapariga virgem por opção que de um momento para o outro decide que um homem que a obriga a assinar um contrato de consentimento informado, é o homem certo. Depois, é vê-la passear de um lado para o outro, levar uma ou outra chibatada, e só no final é que percebe que há algo de muito errado com ele. Perspicácia levada ao limite.
Chamem-me cínico, mas duvido que o amor seja apanhar tareias de cinto, se não as assistentes sociais estariam a tirar as crianças aos pais errados.
Admito, posso ter prestado pouca atenção ao filme, e não li o livro. Por isso, perdoem-me aqueles que achem que eu fui injusto.
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Margarida Duarte