Top dos 5 filmes menos maus do Adam Sandler
Qual jornalismo de investigação. Fazer um top 5 de filmes decentes de Adam Sandler é mais complicado do que encontrar a Maddie. No entanto, a verdade é que no meio do esterco, por vezes encontram-se anéis de ouro, que o nosso cão confundiu com calamares e que quando o preço do ouro estiver bom, poderão ser vendidos.
Sem mais demoras, deixamos-vos aqui a lista dos quatro filmes decentes e um muito bom, que o Adam fez, ao longo de 27 anos de carreira. E é bem provável que ele nunca mais faça nada de bom, por isso aproveitem para rever estes e façam “Click” – quem acompanha a carreira dele, vai perceber a piada – para desligar a restante carreira dele.
- Punch Drunk Love (Paul Thomas Anderson, 2002)
Começamos pela obra artisticamente e qualitativamente melhor. O filme era tão bom que alguns chegaram a suspeitar que Adam até sabia representar (falso alarme) – ele que foi nomeado para um Globo de Ouro.
Caído nas mãos do mestre Paul Thomas Anderson, Adam teve o papel da sua vida como Barry Egan, um homem psicologicamente perturbado, com uma obsessão por pudins, que se vê envolvido no meio de uma rede de linhas eróticas. Em ritmo semi-psicadélico, entramos na realidade deturpada de alguém que vive preso num colete de forças interno. Quem só vir este filme, vai achar que Adam Sandler é uma espécie de Jack Nicholson, só que em vez de heroína, toma cocaína (os “agarrados” cinéfilos vão perceber esta piada).
- Anger Management (Peter Segal, 2003)
A dupla com o realizador Peter Segal, é talvez das parelhas menos mal-sucedidas da carreira de Adam, Anger Management é exemplo disso. A receita parece óbvia: junta-se um personagem com problemas (Adam) e “oferecesse-lhe” Jack Nicholson como terapeuta. Problema: o terapeuta é mais louco que o paciente.
No registo cómico, a casa do Adam Sandler, Anger Management consegue ser inteligente na forma como foge ao humor prototípico – a carreira de Adam sempre foi marcada por urina de animais e piadas a que só uma plateia de hienas responderia positivamente. Sem me arriscar a chamar humor inteligente, longe disso, as situações delirantes sucedem-se (muito por culpa de Nicholson), acabando por ser um filme que sabe entreter.
3. 50 First Dates (Peter Segal, 2004)
Outra das parelhas de sucesso – pelo menos no início – envolveu Drew Barrymore como par romântico de Adam. Aqui, também com a realização de Peter Segal, estamos perante um feel good movie que provoca gargalhadas, e tenta ser mais do que a óbvia comédia romântica. Com uma boa banda-sonora, bem filmado (a paisagem do Havai ajuda), e com uma Drew Barrymore mais encantadora do que nunca, 50 First Dates retira novamente Adam do mundo das piadas demasiado fáceis, ainda que não por completo, culminando num filme que daremos por nós a rever cada vez que o apanharmos na TV.
- The Wedding Singer (Frank Coraci, 1998)
Frank Coraci, outro colaborador de longa data de Adam, teve aqui o seu apogeu, realizando The Wedding Singer, o filme mais charmoso da carreira de Adam e, mais uma vez, com Drew Barrymore a ajudar (e muito).
Nesta obra, seguimos Robbie Hart (Adam Sandler), um músico que se vê relegando a cantar em casamentos e batizados, e que é deixado plantado em pleno altar. Depois surge Julia (Drew Barrymore) e pronto… conseguimos prever um pouco onde isto vai dar.
Não sendo o fim propriamente interessante, o caminho percorrido é bastante agradável. Temos um argumento sólido, poucas caretas de Adam Sandler (que parece representar), e muito boas piadas. A química Barrymore/Sandler, é outra das coisas que faz a obra funcionar, e é mais um daqueles “feel good movies” que só existem quando Drew entra em ação – tirando em Blended, o filme mais recente da dulpa, também de Coraci, e que é uma sobra daquilo que Drew/Sandler já fizeram em conjunto.
- Big Daddy
Esta não vai ser uma escolha consensual – Adam chegou mesmo a ganhar o prémio de pior ator nos Razzies, pela sua interpretação de Sandy Koufax.
Em Big Dady, Sandy Koufax vê-se nos braços com um filho que não é seu, e cujo pai ele desconhece. Sendo um adulto imaturo, Sandy não faz a mínima ideia do que é ser pai e por isso, a educação que ele decide dar ao seu filho é, no mínimo, pouco ortodoxa.
O chavascal de piadas fáceis tem aqui o seu expoente máximo, no entanto, por algum motivo, não conseguimos deixar de rir. Com uma história banal, o filme é sustentado pela parvoíce e pelo elenco secundário – com os habitués Rob Schneider e Steve Buscemi, e até Jon Stewart – acabando por ser uma espécie de “guilty pleasure” deste top.