Monstros e Companhia (Monsters Inc, 2001 ) – O Mundo da Pixar

Para poderem ver filmes, aquecerem as vossas casas, cozinharem o vosso maravilhoso jantar ou praticarem qualquer outro tipo de tarefas domésticas que envolvam consumo energético, a cidade de Monstrópolis não depende da EDP ou da IBERDROLA ou de qualquer moinho eólico. Esta cidade monstruosa desenvolveu um modo de obter energia eléctrica muito mais renovável – o grito das crianças.

“We scare, because we care.”

(uma central que, embora produza energia renovável, não me parece muito agradável para o ambiente… Pixar, e esse pensamento verde?)

Este filme da Pixar revela que é verdade (e que todos nós soubemos em certa altura): há monstros no nosso armário! Monstros esses que vêm de Monstrópolis, com a missão de guardar, em grandes frascos amarelos, os gritos de terror das suas crianças.

A trabalhar na Monster’s Inc., os assustadores – como assim se auto-proclamam -, todos os dias atravessam a porta (literalmente uma porta), para o quarto das crianças a assustar. Entram numa espécie de competição para ver quem assusta mais meninos (não sei como é que não achei isto terrivelmente assustador quando era criança) para ganhar a honra de ser o Scarer of the Month.

Apesar das suas aterradoras tácticas de susto, estes “monstros”, na realidade temem tanto as crianças (quem não? Ewh crianças!) como as crianças os temem. Com medo de infecção têm até uma entidade especializada para controlar casos de contacto entre os dois mundos.

”There’s nothing more toxic or deadly than a human child, a single touch could kill you!”

P. Sullivan (John Goodman ou Fernando Luís) e o seu amigalhaço Mike Wazowski (Billy Crystal ou João Baião), os nossos protagonistas, são a equipa de sonho, ninguém assusta mais nem melhor que eles!

No entanto, embora criem monstruosas quantidades energia, o esforço do duo não é suficiente. Quando entramos nesta história, a cidade está a passar por uma crise energética: as novas gerações estão cada vez menos assustadiças e por isso a energia começa a escassear. As coisas pioram ainda quando uma criança ousa entrar onde mais nenhuma tinha entrado até então – Boo invade Monstrópolis.

O filme narra a história dos três, até conseguirem descobrir uma nova fonte energética, muito mais potente que os gritos das crianças – o seu riso.

Monstros e Companhia introduz-nos um universo paralelo e muito diferente do nosso (ao género de Nighmare Before Chistmas). Uma cidade colorida e brilhante que se alimenta de emoções humanas sobrecarregadas. A primeira parte do filme passa-se apenas na introdução ao universo, depois o filme vai ganhando gás à medida que se desenrola, acabando a mais de 100 à hora.

Grande parte do humor do filme deriva das monstruosas reviravoltas do normal. Desde o caminho para a fábrica, passando pelo título de jornal que diz “Child born with five heads – parents delighted”, até à fala onde Mike diz “The first time I laid eye on you”. Tanto a animação como a banda sonora são óptimas – ao nível da Pixar. As personagens são divertidas, e a criança em ti irá adorar.

Como qualquer filme da Pixar que se preze, Monstros e Companhia, também está recheado de referências ao universo do estúdio: