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Do Céu Caiu uma Estrela (It’s a Wondeful Life, 1946) – Filmes de Natal Spoon

It’s a Wondeful Life é o derradeiro clássico de Natal. Se ainda não o viu pare de ler isto – cancele os seus planos para as próximas duas horas e dez minutos e vá ver este filme. Agradeça-me depois.

Esta é a história de George Bailey (James Stewart), que passou toda a sua vida a dedicar-se aos habitantes de Bedford Falls. O seu desejo sempre foi viajar, mas nunca teve oportunidade. Isto porque a sua modesta empresa de construção e empréstimos era a única coisa a impedir que o avarento e poderoso Mr. Potter tivesse o monopólio da cidade. Quando se dá o desaparecimento de oito mil dólares, George encontra-se em risco de falência e até prisão, levando-o ao desespero total. A sua única esperança reside em Clarence, um anjo da guarda de segunda categoria.

A empatia é uma emoção muito poderosa. É impossível não nos revermos em George. Outrora sonhador e ambicioso, vai vendo as adversidades naturais da vida colocarem-se constantemente no seu caminho. Reconhecemo-nos nesta personagem que todos os dias faz o seu melhor e que nunca parece ser o suficiente, que se vê assoberbado com as dificuldades e sente que já não consegue continuar. É então que Clarence mostra a George, e a todos nós, como vale a pena viver. Como quase sem notarmos cada um de nós influencia a vida das pessoas à sua volta.

Poderia escrever exaustivamente sobre o quão bom é o argumento e a cinematografia, ou como o filme tem um dos inícios mais originais que já vi. Mas o que realmente nos prende é como consegue ser tão esperançoso sem ser moralista. Como tão depressa nos rimos com a jovialidade de George como sofremos com as suas dificuldades. Não é por acaso que tanto o protagonista James Stewart como o realizador Frank Capra afirmaram em momentos diferentes que consideravam este o seu melhor trabalho.

Um conselho: não passem este filme para a lista mental que têm de filmes para verem “algures no futuro”, só porque é de 1947 e a preto e branco. Se gostam da época natalícia, este filme é perfeito. Se esta não é a vossa altura do ano favorita, também é perfeito. O filme faz-nos esquecer quaisquer problemas que possamos ter, deixando-nos a sentir bem connosco e com o mundo. Relembra-nos o que é realmente importante na vida, independentemente do quão próximo estamos do Natal. E desafio-vos a não ficarem com uma lágrima no olho na última fala do irmão Henry:

“A toast to my big brother George: the richest man in town!”.

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