Annie (2015)
A história já é conhecida: Annie é uma criança órfã que vive numa casa de acolhimento, abandonada pelos pais com a promessa de um dia regressarem. A sua vida muda drasticamente quando Will Stacks, candidato a mayor de Nova York, a convida a viver em sua casa como manobra publicitária.
Este remake do filme de 1982 deixa bem claro desde o início que quer ser mais que a reprodução do mesmo. Faz todo o sentido, já que o original se passa na Grande Depressão e inclui um assassino bolchevique e o presidente americano Roosevelt. A escolha do elenco também sofreu alterações, alvo de controvérsia dos Estados Unidos. Desde a sua estreia como musical na Broadway em 1977, esta é a primeira vez que a Annie não é ruiva, mas antes afro-americana, sendo interpretada por Quvenzhané Wallis.
A atriz de 11 anos é a prova de que o talento vai para além do trabalho: com apenas 5 anos já mostrava em Beasts of the Southern Wild que a representação lhe era inerente, tornando-se a pessoa mais nova de sempre a ser nomeada para o Óscar de Melhor Atriz, “já” com 9 anos de idade. Em Annie, Quvenzhané volta a não desapontar, trazendo para o papel a vivacidade e esperteza necessárias. Dá gosto ver uma atriz que tem tudo para ter uma longuíssima carreira de sucesso.
O resto do elenco é composto por atores já bem estabelecidos na indústria: Jamie Foxx como o multimilionário Will Stacks, Cameron Diaz como Miss Hannigan, a terrível dona da casa de acolhimento. A última tem por vezes momentos em que tem dificuldade em não exagerar a personagem, caricaturando-a demasiado.
No seu todo, o filme dá-nos o que promete: história simples mas inspiradora; personagens engraçadas por quem torcemos; momentos cómicos que tantas fezes acertam como falham; final previsível e vagamente satisfatório. As músicas ficam tanto na cabeça como seria de esperar, se bem que a tentativa de lhes dar uma roupagem mais moderna cai por vezes no exagero, chegando a parecer forçado.
Colherada Final
Veredito
O filme consegue manter o espírito do original e trazê-lo para o mundo de hoje. Uma boa maneira de introduzir as crianças a este clássico, tendo já como garantia que vão querer comprar a banda sonora e ouvi-la até levar os pais à exaustão. Há coisas que não mudam.