The Flash – 1ª Temporada (2014 – )
Se abriram este artigo por acharem que a música dos Queen que diz “Flash Ahahhhhn” tem alguma coisa a ver com isto, estão a confundir com o Flash Gordon, e provavelmente este artigo não é para vocês.
Normalmente não me debruço sobre séries, muito menos sobre super-heróis. As minhas razões são profundamente válidas: a) adormeço compulsivamente em frente à televisão quando vejo séries que exijam um acompanhamento sequencial; b) tenho tendência a achar que filmes/séries sobre super-heróis são quase sempre todas iguais.
No entanto, por algum motivo, mais ou menos racional, a série “The Flash” de 2014 (que vai actualmente no final da 1ª temporada) chamou-me a atenção. Agora que vou no 13º episódio da 1º temporada – que eu, muito devido ao ócio e falta de vida pessoal domingueira, optei por acompanhar semanalmente na estação pública – estará na altura de fazer um balanço e explicar o que me leva a, semana após semana, gostar cada vez mais do que vejo.
The Flash – ou como o meu IMDB que estranhamente está em espanhol (alguém que me ajude!) chama “el relámpago humano” – não é um super herói recente. Vindo da BD da DC Comics, esta, para acompanhar a Marvel, tem optado por reinventar os seus super-heróis, tornando-os mais actuais. Os mais conhecidos são, obviamente, Batman e o Super-Homem, mas com uma “Liga da Justiça” em vista já é possível encontrar “The Arrow”, vem aí também “Aquaman”, e provavelmente estou-me a esquecer de muitos outros – sempre preferi sair com raparigas em vez de ficar em casa a ler BD (que me perdoem aqueles que ofendi com este comentário).
Criado pelo escritor Gardner Fox e pelo artista Harry Lampert, o Flash original estreou em 1940.
Flash tem sido apresentado no grande ecrã como o alter-ego de Barry Allen. Na versão de 1990 (que durou um ano), Flash foi encarnado por John Wesley Shipp, que na nova versão tem o papel de Henry Allen, o pai de Flash.
Sim, os fatos são ridículos, mas no caso de The Flash, a missão de torna-lo cool é bem mais fácil do que em relação a Aquaman, cujo poder-especial é ter guelras que o fazem conseguir respirar debaixo de água.
Nesta nova versão, Barry Allen é uma espécie de Peter Parker; um nerd magrinho, que sofre um acidente radioactivo, ganhando, em consequência, uma velocidade sobre-humana, daí o nome The Flash. Depois mete-se num laboratório com um hispânico, uma cientista e um tipo com um carácter duvidoso, e procura a) salvar o mundo e b) tentar inocentar o pai, que está preso.
O que torna esta série diferente das demais é em primeiro lugar o elenco; Grant Gustin é perfeito como Barry Allen, alguém que gera simpatia e que não irrita, apesar de ser o típico bonzinho. No fundo torcemos por ele.
Depois, em cada episódio, surgem vilões novos, sempre em comunhão com uma história atrás que vai evoluindo, conferindo uma velocidade nos acontecimentos, digna do nome que a série apresenta. Nos vilões temos oportunidade de ver surgir algumas caras bem conhecidas, como os irmãos Scofield de Prison Break (que aqui fazem um papel ligeiramente diferente e ligeiramente semelhante) e o tipo que violava rapazinhos na prisão (igualmente em Prison Break) e cujo o nome me escapou (Googlem!).
Para além disso, a série foca-se mais no homem Barry, do que propriamente no super-herói, dando quase a ideia que todo o enredo é verosímil e nos podia estar a acontecer – tirando a parte de termos poderes sobre-humanos.
No geral, é a série ideal para quem não vê séries, nem procura se envolver muito. Sem ser excepcional, é muito bem concebida e entretém. Não tem um argumento intelectual, mas é inteligente na forma como se posiciona e nos cross-overs que faz com outros super-heróis.
Eu vou garantidamente continuar a ver (menos quando começar o bom tempo, nesse caso irei à praia). Entretanto estão a preparar um filme, algures para 2018, vamos ver o que sairá…