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Série para quem gosta de Salada Russa (e do James Franco): 11.22.63 (2016 -)

11.22.63 é a nova série protagonizada por James Franco, baseada na obra (quase homónima) de Stephen King, 11/22/63.

Com a realização distinta no primeiro episódio de Kevin MacDonald (O Último Rei da Escócia), Bridget Carpenter (Parenthood) criou e adaptou a obra do afamado escritor de terror, baseando-se na premissa: E se voltássemos atrás e tentássemos evitar o assassinato de JFK. Mais que uma série, o resultado são um conjunto de mini-filmes, dignos de Hollywood – para o bem, e para o mal.

Ficção Cientifica, romance, drama, comédia, cabe tudo nesta história, que começa a grande velocidade.

Jake Epping (James Franco), é um professor de secundário que, em 20 minutos de episódio, passa por muito. Vamos resumir:

  1. Numa aula, ouve a história mais tocante e arrepiante da sua vida. Créditos à curta, mas arrasadora interpretação da cena por parte Leon Rippy que, com um pequeno papel, é o principal responsável por nos agarrar imediatamente à série.
  2. Divorcia-se da sua mulher
  3. Vê o seu amigo Al Templeton (o grande Chris Cooper) passar de saudável, a doente terminal de cancro, em 2(!) minutos.
  4. Descobre um armário que o leva para 1960, sendo que Al lhe explica que o objetivo é evitar o assassinato de Kennedy, para que o mundo possa ser um lugar melhor.

Passaram-se 20 minutos do episódio e a nossa cabeça ferve. Avançaram rápido de mais? Nada disso, apenas contextualizam a história, sem demasiados rodeios e explicações pseudo-científicas.

“O que mudariam se voltassem atrás?”. Uma das perguntas mais velhas da história que levanta sempre lugares comuns, que aqui não fogem à regra: O Efeito borboleta indica-nos que uma pequena alteração algures no mundo pode desencadear um grande acontecimento noutro lado, por isso “Don´t fuck with the past, or the past will fuck you” – sábias palavras de Al.

Entrando no campo dos lugares comuns: obviamente que Jake vai tentar mudar algumas coisas, e vai acabar por se envolver demasiado no passado. No entanto, essas respostas não nos são dadas a priori. Primeiro vemos as imagens, depois tiramos conclusões.

Cada vez menos ficção científica, e cada vez mais uma história. 11.22.1963 evolui no sentido de não nos dar respostas, nem nos explicar para onde quer ir. Normalmente essa confusão é perigosa para a condução da série, tornando-a confusa, mas neste caso isso não sucede.

Aqui o duo James Franco, Sarah Gadon

A realização claustrofóbica põe-nos permanentemente os cabelos em pé. Será que vai acontecer alguma coisa? O recurso a close-ups, com uma banda sonora algo sombria, obriga-nos a duvidar de todas as situações, e a estar perpetuamente à espera de algo.

A adensar este ambiente temos James Franco, que finalmente deixou de ser “James Franco”, e se limita a representar. Ele nasceu para este papel, desempenha uma folha em branco, meio apático, meio sem sal, mas destinado a grandes coisas. Parte do mérito da série deve-se à força do protagonista, que aqui não desilude.

Depois temos Chris Cooper, absolutamente impressionante em cada cena que entra. Charmoso, cansado, com a voz arrastada, passa por tudo, em pouco tempo, e é impossível não tirar os olhos dele.

Então, mas vale a pena ver?

Passaram 5 episódios, é uma série muito estranha, que não se posiciona em nenhum estilo, embora pareça querer evoluir para a “estória”, com nuances de thriller e terror. A verdade é que o argumento é rico, evolui rapidamente, mas não apressadamente, e James Franco está excelente. Para além disso, possui uma data de referências interessantes (tentem descobrir referências aos Beatles, e ao Padriinho Parte II).

Não sabemos onde poderá ir mas…. Primeiro; conseguiu a minha atenção (magistral primeira cena); depois a minha curiosidade (evolução diferente dos acontecimentos); veremos se merece a minha aprovação…

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