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Os Melhores do Ano para a Equipa Spoon – Parte I

Todos os anos estes tops são recorrentes. No entanto, o Spoon não se faz a uma voz, e por isso não entramos em tops hierarquizados. Dito isto, a equipa Spoon juntou-se para individualmente selecionar as três obras (ou mais) que mais marcaram este ano – obras estreadas em 2014 nos cinemas portugueses. Como é óbvio, e sendo que a diversidade de estilo impera neste nobre antro de talheres e afiliados, as escolhas não são consensuais.

Agora fiquem com o que melhor se fez para a equipa Spoon:

Nuno Pereira

Boyhood

Como diria o comentador desportivo Gabriel Alves, Boyhood “é a força da técnica aliada a técnica da força”. Este filme é um portento a todos os níveis. Mais que isso, novamente, Richard Linklater, foge ao menu completo hollywoodesco, que nos serve uma refeição completa e nos dá todas as respostas. Por oposição, Boyhood faz-nos todas as perguntas e não nos dá nenhuma certeza, apenas uma realidade. Genial.

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Grand Budapest Hotel

A simetria de Wes Anderson parece perder fulgor no caminho para os óscares, o que é pena, pois este filme reúne todos os elementos que tornam Wes Anderson um ser único a pairar em Hollywood, criando para isso uma história pitoresca e viciante. Ralph Fiennes está soberbo com o seu concierge gerontófilo.

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Transcendence: A Nova Inteligência

Massacrado pela crítica, e com claros defeitos mais para o final, é um dos filmes fetiche do humilde autor que vos escreve. Se a conceção levanta dúvidas, pelo menos o conceito é refrescante e procura alertar-nos para a perigosidade da alienação e perpetuação da máquina em vez do homem. Tenta chocar, e utiliza uma magnífica cinematografia para isso. É certo que apresenta algumas falhas, e talvez nem mereça estar aqui. No entanto, tem o cunho de ser único, e por isso merece um lugar de destaque, nem que seja por teimosia.

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Cláudia Aleixo

Só os Amantes Sobrevivem

Vampiros realistas, nada fantásticos ou sequer grotescos, e sem uma pinta do fatalismo peçonhento e pubescente da recente vaga de ‘vampirite’. Num quadro idílico de simplicidade e ternura, o mestre Jarmusch expõe o choque do mundo moderno com duas personagens que são apenas uma. O casal, as almas gémeas, a dicotomia da personalidade humana – estes amantes que sobrevivem, o claro e o escuro que tão bem se mesclam, fazem parte de um mesmo ser. Não é só amor, é ser-se humano num mundo de zombies.

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O Lobo de Wallstreet

Dizer ‘Scorcese e DiCaprio’ devia ser suficiente. Mas vamos lá desenvolver: o ‘Lobo’ é uma injeção de adrenalina; com um ritmo eufórico, quase dopante, dá uma visão privilegiada da verdadeira escória da sociedade por trás de uma máscara muito frágil de poder e dinheiro, ao mesmo tempo que nos faz perceber (ainda que só o admitamos lá no cantinho dos nossos segredos) que não é tanto ódio quanto inveja ou cobiça o que nos separa dos criminosos de colarinho branco.

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Snowpiercer

Joon-ho Bong tem um dom para transmitir sem qualquer perda, num misto de realidade e dramatismo, a dor, a violência, a emoção humana. Sim, Snow Piercer tem uma história soberbamente escrita e contada (segue um ritmo tão equilibrado que as duas horas parecem 30 minutos), interpretada por um elenco espetacular. Mas o que o destaca é arte. É quase uma dança, melodia harmoniosa, poesia… E brutalidade! É a aceção mais crua de ‘homem’, um animal, uma besta selvagem adornada com emoções.

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Pedro Tavares

O Filme Lego

 Não me lembro da minha vida sem a existência de LEGO e ainda hoje adoro o brinquedo dinamarquês. Ao saber que ia haver um filme de animação baseado neste tesouro da minha infância, assumi imediatamente que iam produzir um filme ultra direcionado a crianças, com a típica animação 3D a imitar Pixar e com uma mensagem de Product Placement grotesca. Felizmente tal não aconteceu. O filme transcende gerações, a petizada nem compreenderá muitas das piadas, a animação é soberba tendo até sido respeitados os movimentos das peças de LEGO, existem cameos divertidíssimas e a narrativa inclui uns momentos fora da caixa que tornam este num dos melhores filmes de animação dos últimos anos.

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Dance of reality

Ok. Se formos aos IMDB dizem que o filme é de 2013, mas como o vi no Motel X 2014 e não teve uma estreia nacional, vou considerá-lo como filme deste ano. Se eu simplesmente disser que é o filme que me introduziu à mítica obra de Alejandro Jodorowski isso deve chegar para o apresentar como um dos meus favoritos, mas vou elaborar. Quem conhece o trabalho deste realizador provavelmente sabe que os seus filmes nos levam em viagens psicadélicas que só terminam quando a mente nos doí, ou pelo menos foi o efeito que este provocou em mim. A imaginação do filme é ilimitada e fui surpreendido de uma forma ou de outra em quase cada cena nova que ia surgindo. O filme embora transmita mensagens sérias e tenha uma narrativa muito pessoal não tem nunca medo de mostrar humor estranho que me induziu em inúmeras gargalhadas.

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The Raid 2: BERANDAL

Porque é o melhor filme de ação do ano e provavelmente de todos os tempos. Porque tem a Hammer Girl, uma miúda cujas armas de eleição são dois martelos, porque tem o Baseball Bat Man que rebenta as cabeças dos inimigos lançando bolas de Baseball, porque é uma trip de porrada e violência do início ao fim, porque tem de certeza algumas das coreografias mais virtuosas capturadas em filme, porque é THE RAID 2: BERANDAL. VEJAM-NO E REJUBILEM ETERNAMENTE!!!!!!!!!

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