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Deadpool (2015)

Alguém se lembra deste Deadpool de Ryan Reynolds no filme de 2009, Wolverine – Origens?

A maioria não se lembrará, e ainda bem, pois para além de o filme ser uma trampa pegada, o Deadpool da altura, é uma pálida imitação do Deadpool de agora.

Vindo diretamente da BD da Marvel, este anti-herói usa mais vernáculo que os meus tios de braga, e, à semelhança dos mesmo, transforma tudo em rojões (ou carne picada se preferirem).

A agressividade, gratuita alguns dirão, é pois a característica que marca o tom desta obra ousada, que procura transformar os filmes de super-heróis em rated R.

Este é pois o filme de Tim Miller, realizador de…bem, não fez grande coisa ainda, mas Deadpool é um (mais que) bom começo.

Uma história de amor e vingança, em que Wade Wilson (Ryan Reynolds) é minado com drogas (daquelas que se compram no Martim Moniz) – supostamente para o salvar do cancro – , e acorda com uma força sobre-humana, capacidade de se regenerar, e um consequente novo alter-ego, Deadpool.

Qual é o senão? Acorda mais feio do que um possível filho entre o Miguel Sousa Tavares e o Filipe La Féria.

Agora a missão dele é vingar-se daqueles que o transformaram “naquilo”, e nos entretantos esperar que a sua namorada, interpretada pela bela Morena Baccarin, goste de feios.

A juntar à história “redondinha”, temos piadas a serem disparadas de minuto a minuto, mas que surpreendentemente funcionam na maioria das vezes. Acrescente-se que as inúmeras referências a gozar com o universo marvel, e com a própria carreira de Ryan Reynolds, tornam este Deadpool ainda um maior regalo para os nerds desse mundo fora (no qual me incluo).

Voltando à questão da violência gratuita. Who cares? Ninguém vai andar a “fazer espetadas de bandidos” por esse mundo fora, só porque o Deadpool o faz.

Este é pois um filme de anti-herói, num registo “hardcore”, uma espécie de porno de super-heróis, com efeitos especiais muito bem doseados, e um Ryan Reynolds nas suas sete quintas, a gozar com tudo e todos. Adicionalmente, temos direito a um vilão com nome de detergente da loiça, e sotaque britânico (Ed Skrein),

Assim, o resultado é uma obra cheia de cinismo e corrosão que tornam este Tim Miller uma espécie de Joss Whedon a dar nos ácidos. Difícil é leva-lo a sério, com tantas piadas anti-climáticas, mas nem é isso que se pretende. Ainda mais difícil é não passar o filme todo a rir. Entretenimento puro e duro, que coloca a fasquia bem alta para os próximos capítulos deste universo.