Sugestões para Domingo à Tarde #20: O Amor é Estúpido (What If, Michael Dowse, 2013)
Ai, o Domingo! Dia de Família, com os almoços acompanhados das odisseias das tardes dos 4 canais generalistas, com convidados a fazer playback, e chamadas de valor acrescentado. Há que adorar Portugal!
Felizmente, hoje em dia os recursos são múltiplos e facilmente conseguimos ver outra coisa qualquer. E aqui chegamos a O Amor é Estúpido, uma tradução portuguesa ridícula para um filme Indie, com traços de comédia romântica, onde o perpétuo Harry Potter (Daniel Radcliffe) faz de depressivo.
Contextualizando, Wallace (Radcliffe) acabou de levar com os pés, estando permanentemente depressivo. Um dia decide sair de casa e, numa festa, encontra Chantry (Zoe Kazan), uma loira carismática muito interessante. Problema: tem namorado há 5 anos e o tipo é bom rapaz.
Ok, cliché atrás de cliché. E num parágrafo, acho que já perceberam como é que a história acaba. Mas é domingo, não é preciso ler Shakespeare e declamar a Constituição, algo leve pode bem chegar para entreter.
Nesse Sentido, O Amor é estúpido tem algumas mais-valias. O facto de nenhum dos protagonistas ser propriamente um protótipo sex-symbol de Hollywood aproxima-nos da história que, apesar de óbvia, não deixa de ter momentos de realismo.
Os diálogos são engraçados e fluídos e nota-se uma boa química no duo dinâmico de protagonistas.
Como obra Indie que tenta ser, tem igualmente uma preocupação com a banda sonora, nada enjoativa. Uma boa fotografia acaba também por tornar este filme fácil de ver (no bom sentido).
Enfim, quando eu quero ir ao MacDonalds o meu objetivo não é caviar, é um hambúrguer nojento, carregado de gordura, que apesar de fácil, sabe sempre bem.
Portanto, se querem caviar; Goddard, Truffaut, Bergman, podem vos proporcionar um domingo bestial em que vocês fingem que efetivamente viram os filmes, quando na realidade viram o trailer e adormeceram. Para todos os outros, domingo é dia de MacDonalds, e “O Amor é Estúpido” é um cheeseburguer.
